Uma Alimentação só é Saudável se respeitar as tuas necessidades e as necessidades do Planeta. Sabes porquê?
Porque a nossa Alimentação não tem apenas um impacto na nossa Saúde mas também na Saúde do planeta. Sabias que cerca de 25% das emissões que causam o efeito de estufa são consequência da nossa Alimentação?
Muitos dos métodos de produção de alimentos actuais não respeitam o ritmo da Natureza e, por consequência, têm um impacto na Saúde do planeta e na nossa. A Vida como a conhecemos depende de um equilíbrio simbiótico entre nós, as outras espécies e o planeta. Se uma das partes é afectada negativamente, as outras também o são.
Então, como nos podemos alimentar respeitando as nossas necessidades e as do planeta?
Priorizar alimentos de origem local e sazonal.
Ao comer alimentos de origem local não só poupamos ao ambiente longas horas de emissões no transporte, como os produtos chegam à nossa mesa mais rapidamente e podem ser colhidos mais próximos do seu ponto de amadurecimento. Com isto obtemos alimentos que trazem todos os benefícios nutricionais de serem amadurecidos naturalmente no seu ambiente. Se já tiveste oportunidade de experimentar uma peça de fruta comprada num supermercado e uma peça da mesma fruta vinda directamente da árvore/arbusto, sentiste uma diferença no sabor, certo?
O mesmo se aplica à alimentação sazonal. Alguns alimentos estão disponíveis o ano todo, outros apenas durante um par de meses. Alimentos frescos disponíveis fora de época geralmente são produzidos sob condições climatéricas artificiais (implicando um enorme impacto a nível energético) ou têm de ser importados de uma outra zona do planeta onde estão na época.
Equilibrar as quantidades no nosso prato e variar os alimentos.
Aqui não existe uma resposta concreta, mas existem algumas questões sobre as quais todos podemos reflectir. Estas questões são apenas exemplos e não são para criar julgamento sobre as escolhas alimentares de ninguém. Cada pessoa sabe de si e quais são as suas necessidades.
- Será que precisamos mesmo de ter alimentos de origem animal presentes em todas as refeições?
- Precisamos mesmo de comer um pedaço de carne ou peixe que ocupa meio prato?
- Alimentos não locais e que geralmente são produzidos noutro continente (por exemplo: o abacate e o sal dos Himalaias que estão tão na moda) são mesmo essenciais numa base diária para uma alimentação mais saudável?
- Que alternativas igualmente nutritivas temos disponíveis e com menor impacto?
Priorizar alimentos com o mínimo de processamento e embalamento.
Alimentos frescos e inteiros são o ideal, para nós e para o planeta. Mas… a Vida não é sempre ideal e nem sempre há acesso a esse tipo de alimentos, então optar por frutas, legumes e leguminosas enlatados (e também congelados) pode ser uma boa opção para uma alimentação saudável.
Obviamente que os enlatados têm a questão da embalagem que terá de ser reciclada mas o metal dessas embalagens é 100% reciclável! Por sua vez, os congelados têm o seu impacto no transporte (carrinhas frigoríficas), conservação (frigoríficos e congeladores) e embalagem (geralmente plástico), porém, têm a vantagem de evitar o desperdício alimentar visto que duram bastante tempo e nos permitem utilizar apenas a quantidade necessária. O que leva ao último ponto…
Reduzir o desperdício, usar o alimento na sua integridade.
Praticamente todos os alimentos podem virtualmente ser utilizados na sua totalidade com engenho e imaginação!
As cascas da fruta podem servir para fazer chás, triturar e usar num batido ou num recheio de sobremesa. As cascas, talos e ramas dos legumes e vegetais podem servir para sopas, caldos caseiros de legumes, salteados. Pão duro pode virar pão ralado, fruta demasiado madura serve para purés e papas, sobras de arroz ou batata cozida podem servir para fazer bolinhos de arroz ou puré de batata…
Há imensa informação disponível, e se estás a ler isto é porque tens acesso a uma fonte de informação e inspiração incrível que é a internet. Antes de deitares fora, pesquisa.
Resumindo e Concluindo
Lembra-te: isto são guias gerais, e não existe um “one size fits all” no que toca a alimentação saudável. As nossas necessidades mudam ao longo da Vida e vão inevitavelmente ser diferentes das de outras pessoas. O importante é ser flexível e fazer o melhor que nos é possível. Não temos de fazer perfeito. Façamos imperfeito mesmo, mas façamos!